Nós, Hipopómatos, congratulamo-nos com a existência de obras de arte que relembram o direito dos animais a uma vida digna. E, não sendo propriamente uma novidade, é uma preciosidade.
O Elefante Acorrentado é um livro que abrimos e partilhamos várias vezes. Por todas as razões. Pela ilustração, de uma qualidade plástica admirável, onde se combinam a aguarela e a colagem num jogo de luz e sombra muito simbólico e nostálgico.
Pelo texto, da autoria de Jorge Bucay, que se traduz numa narrativa de várias camadas, onde o elefante personifica a condição humana subjugada à opressão dos mais fortes.
Pela temática abordada. E aqui falamos directamente do elefante que «…é um animal daqueles capaz de arrancar uma árvore com um simples puxão.» No entanto, o enormíssimo animal não arranca uma simples estaca do chão, à qual se encontra acorrentado.
O elefante está amestrado. Por isso não foge. O narrador, ainda criança, questiona-se sobre este mistério que ninguém consegue desvendar: «Se está amestrado e por isso não foge, porque é que o acorrentam?» A pergunta fica sem resposta.
De uma beleza inquietante, O Elefante Acorrentado remete para o mundo circense, numa leitura em que transparece também o nomadismo. As ilustrações, do argentino Gusti, são enriquecidas com pequenos apontamentos externos à narrativa, destacando-se os selos de correio, todos eles ilustrados com imagens de elefantes. Apaixonante, no mínimo
Sugerimos, para completar esta leitura, uma visita à Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada pela UNESCO. Relembramos o Artigo 10º:
1.Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.
2.As exibições de animais e os espectáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.
E já agora os animais não são para comer. Nem os elefantes, claro! Nem os peixes....ora :)
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