terça-feira, 31 de janeiro de 2012
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
um mês de cada vez
Em 2012, os Hipopómatos recuperam o livro/agenda um dois três um mês de cada vez, da Trinta por uma linha. Com textos de João Manuel Ribeiro e ilustrações de Anabela Dias, os meses são abrilhantados por pequenos trechos poéticos que remetem para o nosso imaginário infantil e cheiram a texto de tradição oral.
O diabo dos meses
Janeiro traz o diabo no ventre.
Fevereiro rente faz do diabo parente.
Março virado de rabo é pior que o diabo.
Abril sem águas mil, diabo no covil.
Maio sem trovoada, diabo em risada.
Junho chuvoso, diabo gozoso.
Julho abafadiço, diabo no cortiço.
Agosto com gosto, diabo em desgosto.
Setembro molhado, diabo enjoado.
Outubro sisudo, diabo mudo.
Novembro à porta, diabo na horta.
Dezembro, lenha no lar, prò diabo queimar.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Bom Fim-de-Semana
Para todos os que amam os livros. Encantem-se!
The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore from Moonbot Studios on Vimeo.
The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore from Moonbot Studios on Vimeo.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Memória
Escolhemos Fumo, escrito por Antón Fortes e ilustrado pela polaca Joanna Concejo.
Mas Fumo nunca será apenas um livro.
A memória dos homens é feita da soma dos seus conhecimentos. Preservá-la é percorrer a estrada que separa o hoje do amanhã. Esse será o nosso contributo.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
A Invenção de Hugo Cabret
Por vezes, carregamos nas mãos livros que não se conseguem arrumar na prateleira. Vivem em constante rebuliço, para cá e para lá. Pedem novas leituras, desafiam a nossa perspicácia, obrigam-nos a procurar novos detalhes.
Ocupam lugares improváveis, abrem-se sozinhos nos cantos mais recônditos da casa, chamam por nós.
Tentamos impingi-los a todos os nossos amigos.
A Invenção de Hugo Cabret é um desses livros.
Hugo vive escondido numa estação de comboios. Apaixonado pelo funcionamento de máquinas, Hugo mantém todos os gigantescos relógios a funcionar na perfeição. Na tentativa de esconder um segredo, vive no anonimato. Ao cruzar-se com o dono de uma loja de brinquedos e a sua afilhada, a sua vida muda completamente. Um desenho e um caderno misterioso, um autómato e uma chave dão o mote para esta narrativa que se traduz numa bela aventura vivida pelos dois jovens amigos.
O livro faz referência explícita a Georges Méliès, factor de acrescido interesse. A perfeição do traço de Brian Selznick transporta-nos para um mundo quase fotográfico de Paris e dos seus pequenos recantos. O jogo entre os planos de pormenor e os grandes planos enriquece a obra de uma forma surpreendente.
As ilustrações acompanham o texto em paralelo, mas criam um mundo tão singular que poderiam viver de forma independente. Vários momentos da narrativa são dados ao leitor através de imagens, sempre a preto e branco, com efeitos luminosos e sombrios inacreditáveis.
Paramos para admirar momentos provocatórios, um olhar, um toque, uma emoção.
A Invenção de Hugo Cabret, mais do que fotográfica, dá-nos uma visão cinematográfica da história. O livro permite uma abordagem mais visual e menos descritiva, e inova por isso. Ao estilo de um storyboard, a obra pedia urgentemente uma adaptação ao cinema.
E foi o que aconteceu, pelas mãos do inigualável Martin Scorsese. Hugo, o filme, estreou em 2011 e concorre como grande favorito aos Óscares 2012. Hugo é o candidato com mais nomeações (11) na edição deste ano do galardão mais desejado do mundo cinematográfico.
Congratulamo-nos com o sucesso de Hugo e aguardamos ansiosamente a sua estreia em Portugal. Vejam aqui o trailer. É incrível a semelhança das personagens com os actores seleccionados. Mas não esqueçam: leiam primeiro o livro.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Minhocas no Esparguete
Ilustrações de Quentin Blake
À uma hora, fez esparguete para o almoço e misturou as minhocas com o esparguete, mas só no prato do marido. As minhocas não se notavam, porque estava tudo coberto de molho de tomate e polvilhado com queijo.
- Ei, o meu esparguete está a mexer-se! - gritou o Sr. Tonto, picando-o com o garfo.
- É uma qualidade diferente - disse a Srª. Tonta, comendo uma grande garfada do seu prato, que evidentemente não tinha minhocas. - Chama-se Esparguete Movediço. É delicioso. Come, enquanto está quente e saboroso.
O Sr. Tonto e a Srª. Tonta são horríveis, sabujos, desprezíveis. E odeiam crianças.
Nós adoramos Os Tontos.
Leiam ou releiam esta história peganhenta. Deixem-se imergir no mundo viscoso, mas hilariante, de Roald Dahl. Descubram o que acontece a estes tontos e, já agora, previnam-se... da encolhite!
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Les Contes De Grimm
Já aqui falámos dos contos dos Irmãos Grimm, a propósito do último livro da Taschen, The Fairy Tales of the Brothers Grimm. Hoje mostramos esta boîte, da Tana Éditions. Os Hipopómatos adoram brincar com ela. Fomos buscá-la à Casa das Histórias Paula Rego.
sábado, 21 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Avestruzes, Girafas, Pulgas e outros bichos.
Gosto destas histórias porque são despretensiosas e divertidas.
Isabel Minhós Martins inicia deste modo a apresentação do livro Da Girafa À Pulga de Areia, editado em 2009.
Escolhemos a Avestruz. Podíamos ter escolhido o ouriço porque rima com chouriço, os chapéus da lagartixa pequena, as pintas roxas da girafa...
A Isabel diz ainda que gosta do livro porque é bonito de verdade e não finge ser outra coisa qualquer.Os Hipopómatos concordam e sempre que o voltam a ler, divertem-se imenso!
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Tomi Ungerer
Escritor, pintor, escultor, designer, ilustrador, cartoonista, inventor, surrealista, activista político, defensor de causas (...) feroz moralista e "moldador de mentes infantis".
Num brilhante artigo sobre a vida e a obra de Tomi Ungerer, em 1999, The Guardian elencava-lhe desta forma as múltiplas facetas. Mais do que a colecção de diamantes Elizabeth Taylor, acrescentava.
Provocador, irreverente, rebelde, mordaz, cáustico...
São apenas algumas adjectivações indissociáveis do Homem que molda igualmente o universo da literatura infantil. Para Ungerer não há temas proibidos para a infância. As crianças devem saber que o mundo está povoado também de coisas más e estar preparadas para elas.
Os Mellops marcaram-lhe o inicio da viagem pela literatura infantil, com estrondoso êxito. Flix foi um marco e Ungerer viu o seu trabalho reconhecido da melhor forma, recebendo em 1988 o prémio Hans Christian Andersen.
É dele, o último livro editado pela Bags of Books, O Homem da Lua.
Este é um magnífico álbum ilustrado. A sua maior grandeza é a intemporalidade.
A componente de crítica social e a finissíma mordacidade, em momento algum nos permitem esquecer quem é o seu autor. Este é um livro que só Ungerer poderia ter escrito.
Um dia, o Homem da Lua decide vir à terra para se divertir. O acontecimento seria certamente merecedor de comemoração, não fora o ilustre visitante ter sido recebido por um "comité de inteligentes" e ter acabado preso.
Numa conjugação de esforços, generais, políticos, homens comuns transformam-lhe a passagem por aqui num verdadeiro inferno.
Perante o desconhecido, o diferente, assistimos àquilo a que em linguagem infantil se poderia chamar o desfile de uma parada de "tótós"...
Entre muitas outras coisas, Ungerer já foi Embaixador para a Infância e Educação e também eleito um dos "500 world leaders of influence". Em Novembro, fez 80 anos. Diz estar a trabalhar em mais de uma dezena de projectos. Que bom, dizemos nós!
Ainda criança, viu a professora escrever sobre ele, "This boy is perverse and subversive".
Haverá mais como ele?