segunda-feira, 26 de março de 2012

António Torrado, como quem diz


Este livro é, como quem diz, uma preciosidade.
Datado de 2005, a obra integra a colecção Assirinha, da Assírio & Alvim. É, como se pode ler na capa, uma colecção de versos miudinhos de António Torrado com imagens de Ana Vidigal.


Os poemas, de marcada personalidade irónica, fazem-se acompanhar de fotografias de uma boneca, nas mais diversas situações, ilustrativas do conteúdo do texto. A opção por estes elementos remete para uma infância algo longínqua, com brinquedos de época e cores fortes, numa tonalidade própria de fotografia analógica da última metade do séc. XX.




A referência explícita ao Almanaque do ano 1950 é uma viagem nostálgica a um tempo ainda bem presente, se bem que tão distante em formas de estar e de brincar.




Tem um lindo monstro, um relógio parado e até uma constipação de amor.




Este livro tem tudo para despertar em nós o gostinho pelo jogo infantil na era pré-digital.




E porque hoje é o Dia do Livro Português e o sol está para ficar, aconselhamos o seguinte: guardem este livro na mochila juntamente com o pião, os berlindes e os carrinhos de lata. Percam-se pelos trilhos da floresta e encontrem um lugar para admirar o final da tarde. Mas cuidado com as urtigas...

A Urtiga e a Mão

Dia de Verão. Hora da sesta.

Queres uma festa? - disse a urtiga à mão.
Esta, esquiva, disse que não.
Depois, que sim.
Irra!
E a sesta acabou em comichão.





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